quarta-feira, 29 de abril de 2009

A Corda Bamba


Quando se fala em estar na corda bamba muitas pessoas assimilam de imediato a idéia de ir de um lado até o outro, enfrentando dificuldades, instabilidades e etc. Aqui trataremos do sentido oposto: se manter na corda bamba, ora equilibrado, ora desequilibrado, sem cair e como isso pode ser benéfico entre três partes diferentes.

Visualize uma corda esticada entre dois pontos fixos. Pronto? O terceiro ponto é Você.

Estes dois pontos são os pontos Um e Outro. Quando Você começa a caminhar, e sai do Um ponto com destino ao Outro ponto, duas situações – opostas – ocorrem:

  1. Você fica entre Um e Outro. E interfere na comunicação entre eles. Mesmo que queira ajudar Você é o maior prejudicado e faz o papel de “leva e trás”, além de ouvir tudo que eles falam.
  2. Você tende a se afastar de Um ponto e se aproximar do Outro, mas quando chega no meio observa que a corda bamba, com ajuda da gravidade, desce, e aproxima Um e Outro, deixando Você fora da comunicação. E eles se aproximam.

 A teoria por trás disso é que, ao analisarmos a corda bamba num primeiro momento com três pontos colineares, veremos que a seguir, os três pontos tendem a formar um triângulo, onde os vértices formados por Um ponto e por Outro se aproximam e Você sobra. Logo, entendemos que Você pode causar a interferência entre Um e Outro, mas se a harmonia for quebrada, ainda há possibilidade de que eles se aproximem, nem que para isso Você se afaste ou cometa algum erro. E, quanto mais estiver ao meio da corda bamba, mais baixo você fica, mais difícil será de chegar ao Outro ponto ou de voltar ao ponto Um. E lá, de onde Você está, no meio da corda bamba observa Um e Outro interagindo, colhendo frutos da sua interferência, a curto ou longo prazo, de lá Você preserva sua individualidade, seu espaço e capacidade. Não considere o fato que – segundo a gravidade – Você está lá embaixo.

 Não está.

Você está acima de Um e Outro, pois depois da sua interferência e durante a sua ausência, eles notaram a importância que têm Um para o Outro, pois sem Você, somente eles restam.

O importante ao se pensar numa corda bamba não é somente a travessia. É saber se manter nela, sem cair ou desequilibrar. Assim é a vida.

Pensem nisso.

Abraços.

aureliomasr

Sem comentários...Ê pé frio!

Só pra constar. Acho que sou pé frio demais.

Torci pro Massa, deu Barrichelo.

Torci pro Santos...deu Curintia.

Torci pro Galo... de Cruzeiro.

Ah nem... acho que enterraram uma cabeça de bode na minha casa!

aureliomasr

domingo, 26 de abril de 2009

De novo?

Acho que puseram um motor de Palio na Ferrari do Massa... ou de um 147. O cara só anda atrás ultimamente... e pior que dessa vez ainda foi atrás do Nelsinho Piquet (nada contra ele, mas pra quem tá com os dias contados, como ele...).

Vamos esperar a próxima!

Em tempo: os textos que estão sendo publicados são todos inéditos. Logo farei algumas republicações de textos de 2007/2008 que ainda não deram as caras por aqui.

Hoje só dá GALO e PEIXE!
(Sou são paulino...e tenho pavor de CUrintiano)

abração e boa semana!
aureliomasr

terça-feira, 21 de abril de 2009

Uma voz que não canta.

 
Este texto é dedicado àqueles levam a vida somente a sério. E mais nada.
 
Todos os dias Paulo acorda no mesmo horário. Dorme, provavelmente, no mesmo horário se seus compromissos deixarem. Se seu ego profissional assim o permitir. E, entre acordar e dormir, todos os faz praticamente as mesmas coisas. Cuida do seu corpo, da saúde às vezes se esquece. Paulo trabalha em uma empresa, que, é regida por suas coordenadas. Ele não é um mau liíder. Direciona adequadamente e orienta bem seus subordinados, tem muito conhecimento, afinal, quinzenalmente ele estuda aos finais de semana em outra cidade. Ele não é um pai ou marido ruim. Pode ser ausente, mas acontece, já que sua vida é guiada pelos seus anseios e compromissos profissionais. Se sobrar um tempo, uma vez ou outra, toda a familia viaja junta,  para algum lugar diferente, exótico ou chique. Se sobrar um tempo. Dinheiro não falta.
 
Entre um telefonema e outro, atarefado, Paulo segue sua rotina. Lê seus e-mails, participa de reuniões e articula estratégias da empresa. Falta um tempo para ele. Sua alma. Sua saúde.
 
Falta uma alegria. Pergunte-o se ele está alegre e ele perguntará "porquê?". Pergunte-o se ele está feliz e ele dirá que está satisfeito.
 
Falta tempo para sorrir. Para contar uma piada. Para cantar uma canção. Tudo que Paulo fala são números, valores, prazos, negociações, planejamentos. Não que ele seja chato. Nem que ele se ache repetitivo ou obcecado com trabalho, imagina. Mas, qual a graça da vida em levá-la somente á sério? Não se ter um tempo para sorrir, e que não seja aquela risada forçada para rir da piada de um cliente ou fornecedor. Soltar um sorriso cúmplice, num daqueles momentos de raríssima inspiração e troca de olhares o qual sabemos o que quer dizer, e nem é preciso responder com palavras.
 
Quando foi a última vez que ele deu gargalhadas por um motivo imbecil? Quando ele chorou de rir ou de emoção? Isso já aconteceu?
 
Como será a alma de Paulo? Qual o peso ou a cor da alma dele? Como ela ficará, quando não houver mais trabalho para ele? Telefonemas,  e-mails, visitas e viagens.
 
Muitas vezes eu já me peguei pensando que não devo ser tão risonho e expansivo onde trabalho. Mas, não tomo o trabalho como o motivo de viver. Ele nos ajuda a viver. Mas nosso motivo de viver é nossa família, nossos amigos. Nossa possibilidade de deitar numa rede sob um céu estrelado, dar-se o direito de não se preocupar com nada, pensar em problemas quando a "chavinha" que está em nossa cabeça virar para a posição "trabalho". Alegar que o trabalho é o sustento da família é um meio cada vez mais óbvio de justificar sua ausência. Não podemos deixar nunca de cumprir nossas obrigações, sejam quais forem, mas não podemos jamais deixar nossa família em segundo plano. Nenhuma viagem de final de semana, nenhum brinquedo ou roupa substitui o calor e conforto de um abraço, de andar de mão dadas ou empurrar uma bicicleta na primeira volta da vida de seu filho. E aí sim, ter inspiração em se dedicar, com afinco e determinação em cumprir as metas.
 
Mas não deixe de se dedicar a cantar com desafino e alegria uma canção junto aos filhos, filhas, esposas e maridos.
 
Não ponha sua vida em segundo plano.

boa semana
aureliomasr

domingo, 19 de abril de 2009

Falha nossa!


Agora que me dei conta! Tava lendo o blog do Rodrigo (Foca Songs, nos meus preferidos aí...) e me "lembrei que esqueci" de postar sobre os shows do Los Hermanos, Kraftwerk e Radiohead que fui em SP com ele...

Simplesmente perfeito. Não bate o Roger Waters, pq o Radiohead ainda não é uma lenda do rock, mas se tratando do aspecto visual, qualidade do som e o desfile de clássicos, hinos cantados em uníssono pela platéia ou mesmo sussurrados em momentos mais intimistas (vide "Exit Music") fizeram do show e, até mesmo pela companhia do Rodrigo, quem eu não via há pelo menos uns dois anos, mais um daqueles momentos inesquecíveis.

Los Hermanos...foi o segundo show deles que assisti e o primeiro que eu realmente tinha noção da catarse que é um show desse bando de barbudos que muita gente não gosta. Ou seja...desta vez eu curti de verdade o show, conhecia todas as músicas e pude estar no meio daqueles 30 e tantos mil que assistiram o que pode ter sido o último show dos caras...

É... it wears me out.


A Imagem que carregamos

Tipicamente, nas Semanas Santas, são celebradas missas,  e comumente, se o tempo permitir, há as procissões. Filas de pessoas em silêncio, orando, refletindo, celebrando e contando os passos.

E, em cidades do interior, as tradições costumam ser reforçadas com as imagens dos santos sendo carregadas por famílias tradicionais, costume que passa de geração para geração, e que às vezes vemos avós e netos carregando o mesmo andor.

É forte a imagem de uma família unida, participando da comunidade, da vida religiosa.

É forte o fato de que cada membro, cada um que carrega deve pagar um valor de R$ 2,00 à Igreja. É simbólico.

A Família carrega uma imagem durante a procissão, por alguns minutos, faz um sacrifício em nome de Deus,  da alma de Cristo ou o que seja. Uma Família se sacrifica para ficar junta nestes momentos. A Família se sacrifica para mostrar à comunidade que ainda existem.

Mas não permanecem.

Muitas, após a procissão se reúnem, conversam, tomam um café, um chá, um suco.

Qual a razão para se unir, carregar uma imagem sacra se, entre os que carregam, aquele que está à sua frente não lhe deseja nem “bom dia”, e, quando a imagem é passada para outra família (real ou imaginária), cada qual segue seu caminho, com seus amigos, seus companheiros, sem ao menos se despedirem. E ficou por isso mesmo. Por isso não esta família não permanece.

 O motivo deste afastamento não importa, mas, a meu ver o que importa é não manter estas aparências. Se a familia perdeu seu vínculo (e não sua base, ou não se esqueceu das origens), se a família perdeu o contato, se o relacionamento já não é o mesmo,  não será se expondo que suas diferenças serão resolvidas e o passado apagado. 

A imagem que carregamos em nosso semblante é fundamental para dizer se estamos em paz. Se compartilhamos humanismo e se ainda temos capacidade de dar as mãos a pais, mães, tios,  tias por amor, com um amor real. Não por mera conveniência. E, conveniência não cabe em uma família, mesmo que não a escolhamos. O que deve existir em uma família é a convivência.