quarta-feira, 30 de junho de 2010

Uma Lebre a Ser Levantada: O que serão "Clássicos do Rock" daqui a 20 ou 30 anos?

Diversas vezes já postei aqui no meu blog comentando sobre reuniões que faço com amigos aqui em casa, e, em muitas dessas vezes, cito nosso repertório - Led Zeppelin, Doors, Bob Dylan, Black Sabbath, Pink Floyd e enfim. Sons produzidos quando eu e meus amigos nem pensávamos em nascer (exceto o Vasique, que é nosso Patrono).

Em várias dessas oportunidades, ouvimos também Los Hermanos, Engenheiros, Oasis, Ira!, Wolfmother, ALice In Chains, Nirvana, Red Hot.... sons mais atuais, do "nosso tempo"  por assim dizer. No entanto, em uma dessas ocasiões eu joguei a pergunta... daqui a 30 anos, qual será o som que nossos filhos, netos, filhos dos meus amigos que chapavam na minha casa estarão ouvindo e se embriagando?

Será que daqui a 20 e tantos anos Oasis será um clássico do rock? Será que o álbum OK Computer do Radiohead será considerado o The Dark Side Of The Moon da década de 90? Nevermind será o equivalente a Nevermind The Bullocks? Ou então... eles ainda ouvirão Led, Janis, Jimi, Stones, Beatles, Floyd...

Então, vamos dar um pulo de 20 anos à frente... Surge uma nova banda, fazendo um puta sucesso com um rock n roll mais visceral, mais rasgado e com letras que façam sentido através de mensagens que estão nas entrelinhas. Uma pessoa (que tenha um perfil semelhante ao meu, nesse caso) irá pesquisar sobre a banda em questão, e irá descobrir numa entrevista a seguinte declaração: "Nossas maiores influências são Oasis, Blur, Nirvana, Pearl Jam...uma mistura do Britpop do final do século XX com o Grunge de Seattle no início da década de 1990".

Meu primeiro pensamento seria: "vou pesquisar sobre essas bandas". Então, a pessoa buscaria as discografias das bandas que influenciaram a banda da moda de daqui a 20 anos... e numa dessas encontra por exemplo Eddie Vedder fazendo cover de "You've Got To Hide Your Love Away" e diversas versões do Oasis para "Daytripper", Helter Skelter", I Am The Walrus"... E o que elas têm em comum? Composições de Lennon/McCartney ou de apenas algum dos dois.
Novo pensamento: "quem são esses caras?"  Nova pesquisa... e daqui a 20 anos alguém ainda estará descobrindo quem eram os Beatles, o que foi a psicodelia capitaneada por eles junto ao Pink Floyd, o Verão do Amor em 1968...o Woodstock em 69!

Espero então, que daqui a 20 anos eu puxe minha poltrona preferida, pegue um copo de whisky e me acomode para assistir ao lado do meu filho (ou do meu genro, que seja...maldito fdp que vai comer minha filha)...e dizer pra eles:

"PUTAQUEOPARIU...Eu ouvia isso quando tinha a idade de vocês!!!"

E surgem todas aquelas memórias de um tempo que vivo hoje...dos shows, das reuniões, das quebradeiras, de ensaios com bandas bêbadas... Memórias falhas, enfumaçadas... mas memórias vivas!

Pra encerrar esse post, e não perder o costume. Neil "Deus" Young escreveu numa pedra mais forte que a tábua dos 10 mandamentos:

Hey Hey, My My
Rock n roll will never die

E falando em Neil Young, Hey Hey My My e tendo citado o Oasis no começo do texto, segue aí vídeo extraído do DVD Familliar To Millions do Oasis, onde eles fazem um cover dessa mesma música. É interessante (mas não aparece neste vídeo) que, quando Noel Gallagher do Oasis anuncia "This is by Neil Young", uma pequena parcela do público reage e, em seguida ele completa dizendo algo do tipo, "Claro, vocês não o conhecem, muitos nem eram nascidos na época dele."

Embora o vídeo esteja intitulado "Noel Gallagher", é um show do Oasis.




Bom... até aqui foi tudo ótimo. Mas deixo a pergunta: daqui a 5 anos, alguém vai se lembrar de Cine, Fresno, Restart e a turma da franjinha coloridinha?

Abraços a meus leitores invisíveis.
aureliomasr

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Songbird

Então... tudo estava calmo, despreocupado.

De repente surgiu um passarinho na minha vida, e ainda que sem cantar no meu ouvido me despertou a atenção e eu não soube explicar o que estava acontecendo... Um passarinho que poderia estar enjaulado ou livre, há anos ou há dias, e que poderia muito bem estar lutando pela sua liberdade e felicidade.

Eu, do meu lado, tinha minha gaiola fechada. Ou pelo menos, não gostaria de tê-la ocupada novamente tão cedo. Mas com jeitinho, com a canção certa... E antes do que eu esperava, minha gaiola se abriu, pra que um novo passarinho nela se alojasse, mas com a portinha aberta por acreditar que nunca na vida devemos prender alguém que realmente gostamos e nos importamos. E, é por isso que hoje sinto que posso estar ouvindo novas canções e aprendendo novamente a ser feliz, mesmo que não estivesse nos nossos planos compartilhar a felicidade com alguém único tão cedo novamente... Mas é a vida! Não controlamos nosso coração. Às vezes, sim, um pensamento, mas nunca um sentimento.


Não havia como eu prever o futuro quando pensei em me isolar por muito tempo. Nem estar fechado a mudanças de rumo. O fato é que nessas tantas voltas que o mundo dá, às vezes aparecem pessoas que nos chamam a atenção, às vezes algumas dessas pessoas passam sem que percebamos. Com outras, a gente acaba somente convivendo e fazendo boas amizades. Em outras, acabam ficando sem esperar que nada aconteça, e que realmente nada acontece além de um momento, uma noite e um beijo. 

Mas talvez, entre tantas coincidências, entre tantas semelhanças e talvez, pelo ambiente, pelas condições, pela ousadia e curiosidade. Talvez pela energia que existe. Talvez pela química aliada ao sentimento novo que surge..talvez, talvez, talvez!!!Talvez a vida nos dirá o que isso realmente significa, mas hoje nenhuma música como Songbird, do Oasis (outra grande afinidade) demonstra melhor o que está acontecendo! 


Entre tantos "talvez"... há a certeza de estar juntos.


Talking to the songbird yesterday

Flew me to a place not far away

She's a little pilot in my mind
Singing songs of love to pass the time

Gonna write a song so she can see

Give her all the love she gives to me

Talk of better days that have yet to come
Never felt this love from anyone

She's not anyone

She's not anyone

She's not anyone

A man can never dream these kinds of things

Especially when she came and spread her wings

Whispered in my ear the things I'd like
Then she flew away into the night

Gonna write a song so she can see

Give her all the love she gives to me

Talk of better days that have yet to come
Never felt this love from anyone

She's not anyone

She's not anyone

She's not anyone


Grandes expectativas, mas sempre com o pé no chão. Em breve, este passarinho (ou melhor... passarinha) poderá ser apresentado aos meus leitores invisíveis.

Abraços a todos
aureliomasr

domingo, 20 de junho de 2010

Pão, Leite... e ovos???

Sabe aquela pessoa muito cheia de si, tão segura e dona da situação que ao mesmo tempo te faz inveja e te faz sentir como se "eu não preciso disso"?

Sabe aquela pessoa que se garante em todos os momentos da vida?

Eu nunca fui assim, nem passei perto disso em momento nenhum da minha vida. Não me agrada essa postura de "eu sou o foda". Essa atitude faz parte do pacote "playboy" que ouve Charlie Brown Jr e rouba a mina dos outros. Coisa que eu não sou.
A questão é que eu, em raríssimos momentos sou tão seguro, mas tão seguro que acabo dando mancada. O foda é o caminho a ser seguido... Aliás, nem é tão foda assim. É como ir comprar pão, mas em padarias diferentes. Quando você chega numa padaria nova pela primeira vez você esquece que pão de sal é pão de sal, leite e leite e que tem que pagar ao sair. Por simplesmente já estar tão habituado àquele contexto, acaba fazendo errado...

É. Você está fazendo isso errado!!!

Talvez, nessas horas, a rotina, o hábito, o mesmo caminho dobrandos as mesmas esquinas dia após dia nos deixa mais seguros e confiantes, pois na primeira ida àquela padaria, você compra pão, pra se habituar ao ambiente, à atendente gostosa ou ao padeiro mal-humorado. Na segunda vez, você já vai à seção de frios... e por fim já compra pão, leite e ovos sem medo nenhum, como se estivesse mexendo na geladeira da sua casa.

Segurança ou insegurança... É tudo questão de hábito, questão de costume e mais ainda, convivência.

Mas pão de sal todo dia não né? Pão doce, uma baguete, um pão careca, só pra variar e não ficar na mesmice caem muito bem!

ET: não tô pirando com esse texto, mas acho que cabe à situação! hehehe

abraços aos meus leitores invisíveis
aureliomasr

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Explicação do Post Anterior

Descobri esses dias um buraco ideológico que me separa dos meus pais e de muita gente com mais de 40 anos. Na divergência entre a minha forma de pensar e a deles. E não, não se trata de rebeldia da minha parte. Não tenho mais 15 anos.

Uns dias atrás conheci um casal de hippies que estava passando aqui por Dores de Campos, onde moro. Comecei a bater papo com eles, pois gosto de conhecer como esse pessoal vive e pensa. Eu, se tivesse um pouco mais de coragem - e habilidade com as mãos - colocaria meus pés no mundo, no melhor estilo Na Natureza Selvagem. E a conversa com o casal hippie vingou de tal modo que eu os trouxe pra minha casa afim deles fazerem uma tatuagem na minha perna. O pagamento? Dei um cobertor, uma calça e meu mp4 pra eles. Na segunda-feira, eles vieram atrás de mim para ver se estava tudo ok com a tatoo e pegar algumas musicas no meu computador. Da primeira vez, ficamos na garagem de casa. Da segunda, ambos estavam dentro da minha casa, no meu quarto, assentados na minha cama. 

E isso me rendeu uma baita comida de rabo dos meus pais. E com razão, na razão deles. Mas não os julgo mal, eles têm preconceito e sua cabeça está fechada demais para conhecer novos horizontes.

Mas a diferença está no fato dos meus pais se enquadrarem no grupo de pessoas que julgam mal estranhos e "diferentes" sem conhecê-los. Para eles, por exemplo, hippies são vagabundos que fazem cordão de coquinho pra comprar maconha. Meus pais não têm amigos, enquanto o que eu mais valorizo são meus amigos. E ouvi da boca do meu pai: "amigos não existem, isso é invenção da sua cabeça". Aquilo pesou pra mim, pois na minha concepção, todo o tempo que eles estiveram preocupados em "me dar coisas" ou "me criar", eu aprendi que conquistar as pessoas é muito mais bonito e me recompensava muito mais do que as coisas que temos, compramos ou ganhamos. Essas não duram. Não ficam. Amizade, consideração, respeito sim. Estes permanecem. Se na situação dos hippies a casa fosse só minha, eles teriam dormido na minha casa, usado meu banheiro e comido da minha comida. E, enquanto eles estiveram aqui, dei pão, queijo e suco. Eles devoraram tudo... Meio quilo de mussarela. Ótimo pra mim. Com fome eles não ficaram. Que mal há em ajudar uma pessoa que dorme na rua por opção e não por malandragem? Pessoas que fizeram uma escolha de vida onde elas são livres de julgamentos, não têm apego nenhum à nada material... Eu admiro essas pessoas por saber que eu dificilmente abriria mão do conforto do meu quarto, mesmo que nele existisse somente um aparelho de som e um colchão no chão. 

E o que passa na minha cabeça? Por menos que o casal Neil e Patrícia se lembre de mim daqui a algum tempo, eu fiz algo por eles. E eles fizeram por mim. E assim nós fazemos a diferença na vida de outra pessoa, na nossa vida... E o mais importante: sem esperar que alguém faça o mesmo por nós. Assim sou eu. Assim eu vivo e me faço feliz. Não vejo caridade em nada disso, sinto satisfação em conhecer novos mundos, novas pessoas e deixar minha marca na vida delas.

Coincidentemente, hoje eu escutei "Imagine" do John Lennon, e um verso me chamou a atenção: "Imagine no possessions / I wonder if you can". É aí onde eu aprendi a me colocar no meu lugar. Sou feliz da forma que sou, com o pouco que tenho e honestamente... Inutilia Truncat. Corte os excessos, elimine o que for inútil. Já temos lixo e poluição demais no mundo. Eu não quero ser mais um animal compulsivo passivo agressivo. 

Eu quero ser eu mesmo, com minha filosofia de vida e pouco medo do que há por vir. A vida é curta demais para nos preocuparmos com o ter. Não devemos esquecer de ser, mas principalmente...devemos sempre APRENDER A CRESCER.

O poema que dá título a este blog foi publicado no primeiro post, em 2008, mas republico-o aqui e explico pela primeira vez do que ele se trata. Eu pensei em computadores e como eu não tinha computador e via no jornal que assinávamos anúncios de vários modelos e configurações (bons tempos do Pentium II). E também como a cada semana os novos computadores haviam evoluído em relação aos da semana anterior. E hoje temos essa pilha de lixo eletrônico amontoada, uma pilha de informações descartadas e, profissionais que outrora estavam no alto escalão e que por falta de atualização se tornaram obsoletos frente aos jovens profissionais (isso aconteceu com meu pai). Por isso, Amanhã o Novo toma o lugar do Velho, que não viu o dia nascer e se perdeu.


O Novo, O Velho e O Amanhã



O novo, o velho e o amanhã.

Quando o novo envelheceu

O novo, o velho e o amanhã

Se não, quem serei eu?



O velho foi e não voltou

Pediu para ir e não voltar

O velho veio e se acabou

Pediu a Deus para se calar



O novo veio e não ficou

Olhou para os lados a chorar

O novo veio e nem chegou

Já era a hora de mudar



O novo, o velho e o amanhã

Mudando tudo menos eu

O amanhã, o velho e eu.

Queria tudo e o mais novo



E o amanhã se recriou

E sem o Sol amanheceu

Não viu o velho e chorou

Perdeu o novo e se escondeu

Abraços aos meus leitores invisíveis
aureliomasr

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O Anoitecer de Um Novo Dia

O Sol se põe e começa um novo dia.
Se seus desejos ainda não são verdade e sua árvore ainda não lhe deu frutos, é para que seja o melhor de você mesmo e aproveite a larga sombra que a árvore oferece. E mentalize os caminhos que irá descobrir.

A Lua surge no Céu no início do novo dia.
Você quer ser estrela para estar perto dela, e ainda está sozinho e desprotegido. Você não consegue tocar o céu ou mesmo subir na árvore. Então você será a Luz e a proteção daqueles que precisam.

O Dia se aproxima, você tem fome e não tem pão, tem sede e lhe falta água, então, você deseja ter um oceano e uma cesta de pães para saciar sua fome. Então, seja a fonte de água pura e a massa que alimenta a vida de seus amigos.

Na escuridão do meio-dia você sente frio e tem medo de se perder, mas consegue fogo para se aquecer e iluminar o caminho com a ajuda de quem uma vez você julgou ser seu inimigo e agora lhe diz palavras carinhosas.
E no rumo dos seus passos deseja ter flores para oferecer ao amor que encontra pelo caminho, enquanto se contenta com a pureza de um sorriso e recita alguns versos comovidos que uma vez você escreveu. Outra vez desejou dinheiro para dar a um necessitado; Mas o ensinou a riqueza das letras e o conhecimento de um livro.

A Lua já se pôs no horizonte.
O dia vem chegando ao fim e você descobre que nada fez por você, que seus desejos não se realizaram, sua árvore somente lhe oferece a mesma sombra e você não se despediu da Lua. Mas lembra-se de seu novo amigo, que o esquentou quando teve frio e guiou seus passos até o Amor. Recorda-se da amizade que ficou, do Amor que encontrou, do pobre que ajudou e tudo que descobriu no caminho de casa.

E o Sol nascendo celebra o fim de mais um dia.
Apreciando a beleza do bosque onde mora, sabendo que não pode pegá-lo com as mãos, deseja ser um pássaro nele a cantar. Sente o Sol brilhar na sua pele e vive eternamente todos os dias como um dos seus raios, como um de Seus filhos que canta e agradece cada passo que deu e cada pessoa que conheceu.

Você sabe o quanto fez pelos outros, pelos desconhecidos, pelos estranhos e pelos inimigos. E isso é o que lhe faz feliz. E que essa felicidade, a alegria, a amizade e o amor devem ser celebrados como um novo início, e como uma nova descoberta.

São estes os frutos da sua árvore. Estão nas suas mãos e em sua alma.

Escrevi este texto originalmente em 2001, sendo um dos meus primeiros registros juntamente com o poema O Novo, O Velho e O Amanhã
Recentemente ocorreram alguns fatos comigo num final de semana totalmente maluco e que acredito terem uma ligação direta com este texto. Em breve vou postar o que sucedeu comigo e vocês, meus leitores invisíveis entenderão!

Abraços a todos meus leitores invisíveis
aureliomasr