segunda-feira, 2 de maio de 2011

Cultura - Quem Sabe?

POSTAGEM EDITADA EM 05/05/2011

Me lembrei de uma frase que ouvi de uma pessoa há algum tempo. Não sei exatamente as palavras usadas, mas a mensagem era simples. Algo como: você não vai ter cultura pra conversar comigo se parar de estudar.

Quando me pego escrevendo no blog, para a revista que publico uma coluna, preparando aulas do curso que venho lecionando nos últimos meses, pesquisando ferramentas de trabalho... penso: "é..me formei e realmente eu emburreci." Não me lembro da minha cara quando ouvi o que ouvi, pois não pude ver minha expressão. Mas foi a gota d'água.

Não sou o melhor e nem o mais inteligente, e nem quero. Só quero ser reconhecido pela minha pessoa, pelo meu trabalho e por fazer todos que estão à minha volta felizes. Não pelo que sei, pelo que fui, por onde andei e nem com quem. Só quero que tudo dê certo... Para quem vive comigo.

Não sei o que levou àquela conversa antiga. Mas foi uma conversa dura e então desanimadora. Como gosto de pensar, tudo que é difícil, que parece ruim eu transformo em desafio. Talvez pra provar que a pessoa está errada e que eu posso ser cada vez melhor, crescer e aprender.

Mas sei o que me fez lembrar desse assunto. Uma conversa no caminho inverso. Sou adepto da filosofia de que a inteligência é um afrodisíaco, e que pessoas desafiadoras, críticas, sinceras e que não têm medo de dizer o que pensam ou sentem me incentivam a debater, a conversar e a explorar coisas que desconheço. E principalmente, coisas que eu posso não gostar. Anuência em excesso sim, isso emburrece uma pessoa.

Hoje eu sei que tenho todo esse poder de conversação numa única pessoa. E com um tempero especial: o fato dessa pessoa ser a minha namorada. Descobri que pra se amar não é preciso sermos iguais, termos grandes afinidades. É preciso se completar. É preciso balancear. E sorrir naturalmente, não por conivência. Ou por conveniência. Numa das passagens do texto que escrevi para o curta-metragem "Pra Eu Não Me Perder", levantei uma questão que hoje se provou real (e oposta ao que eu acreditava): "Devo acreditar nas almas gêmeas ou que os opostos se atraem?".
Os opostos se atraem, depois de muito tempo, até que sejam colocados próximos um ao outro. Não me importo se a Eliane gosta de pagode ou prefere filmes dublados e eu não. Tudo diferente respira o novo, tudo que é novo inspira o sentimento, e todo sentimento que é diferente amadurece e aproxima nossos mundos, que, por serem diferentes, acabam se complementando e fazendo da nossa vida, um lugarzinho melhor, com tudo que pudermos imaginar. E um sentimento intenso.

E a cultura? Como diz um canal de TV famoso: "A gente vê por aqui'.
E assim, eu desligo a TV, desligada do mundo.