Eu nunca fui o tipo de cara pegador, sempre fui mais sossegado, de namorar sério, embora meu histórico de cagadas e pisadas na bola seja grande, cada uma das mulheres que me relacionei deixaram uma marca, e em muitos casos me ensinaram coisas das mais interessantes às mais imbecis que, de certa forma até hoje são presentes na minha vida. A intenção não é denegrir a imagem de ninguém, mas passar impressões mínimas e que não fazem jus ao que cada uma dessas relações foram pra mim. Cada uma teve seu momento e valor. Não tô aqui pra falar mal de ninguém...
Não citarei nomes, lógico, mas meus amigos de longa data ou aqueles que conhecem as histórias, ou as pessoas, sabem a quem me refiro.
Ao mesmo tempo também fui meio precoce. E lerdo. Meu primeiro namoro “sério” foi aos 12 anos, assim que me mudei pra Cruzeiro/SP. Logo que comecei a estudar, eu era o “aluno novo que veio de fora”, recebi um bilhetinho que dizia “Você quer me namorar ou paquerar?”. Eu achei o máximo, aceitei no dia seguinte, tinha que fazer cu doce, óbvio. Rápido ou não, levei uns bons dois meses pra criar coragem e dar um beijo na menina. Daí não parou mais... Isso foi em setembro de 1995 (porra não sou tão velho!!!). No carnaval de 96 experimentei a sensação de fazer parte de um seleto grupo de não-frequentadores (até então) do carnaval. E de ter uma namorada que freqüentava as matinês do clube da cidade. Tomei um par de chifre pra cabeça... e o pior que o cara que ficou com ela é que cismou de brigar comigo... É uai! Logo que ficou claro o término do namoro, umas meninas da minha sala me perguntou: “E aí, agora que você ta sem namorada, o que vai fazer?”. Eu, me achando o último pacote de biscoito, respondo: “Mulher é o que não falta...daqui a pouco arrumo outra.” É né... passei mais de um ano sem pegar nada, e de quebra, peguei amidalite e mononucleose...fiquei de cama com febre uns 15 dias.
Lição aprendida: cala a boca e não fala besteira. Se tiver que chover na sua área, deixa chover, mas você é que tem que saber. E passa o rodo em quem chover.
Então do nada, me surge uma outra menina (da sala da ex), dizendo que era apaixonada por mim e etc, e tal. (é, minha mãe me jogou num barril de mel quando nasci). Muito relutante, aceitei ficar com ela e consequentemente namoramos, só pra ver no que ia dar. Mas honestamente, a mina ficava na minha cola! Era até bonitinha, muito mais que a primeira, mas cansativa... pra ter uma idéia, ela marcou um encontro com uns casais na casa dela, só pra me apresentar pros pais dela, uma festa americana. Vocês, caros leitores invisíveis, acham que eu fui? Confirmei até a última hora que eu ia. Não fui. Neeeeem... eu tava mais afm de ficar jogando “Super Street Fighter 2” no Super NES e andar de bicicleta no bosque perdo do colégio do que pelejar com namoro em casa. Por fim, terminei com ela, triste porque não sei se ela gostava mesmo de mim ou se era carência afetiva (psiquiatra aos 12 anos???).
Lição aprendida: não dá pra tampar um poço com uma tampa de garrafa. Eu tava afim de passar o tempo, ela, de casamento. Então... fui passear!
Daí me enrolei com duas melhores amigas, da mesma sala no colégio. Só aprendi como manusear as cabeças das duas a meu favor, no meio do caminho, as duas bateram cabeça por minha causa (hum...gostosão!) e no final, acabei tomando na cabeça.
Me mudei de Cruzeiro para Guaratinguetá (também em SP), em Julho de 1998. Passado o segundo semestre também sem pegar nem gripe, vim pra Dores de Campos (MG, terra das famílias dos meus pais) no carnaval em 1999. Conheci uma morena que me fez descobrir um problema chamado “freio”. É...e com isso, começamos a namorar. Namoro de carnaval. Passado um tempo, voltei a DC e qual a notícia que recebo de um conhecido? “MA, você é um chifrudo. Tua namorada ficou com fulano”. Ótimo...curei meu trauma de carnaval, prorrogando o chifre pra outra data comemorativa. Terminei, porquê namoro à distância não ia rolar de qualquer jeito. No auge da puberdade, não dá.
Lição aprendida: vou me guardar pra quando o carnaval passar!
Mas, neste meio tempo eu já vinha de conversa com uma garota que estudava comigo, e fiquei com ela depois que terminei com essa de Dores (aham... falou...). E resolvi pedir ela em namoro, presumindo em minha cabeça a seguinte frase: “Vou namorar com essa daqui de Guará mesmo. Ela estando aqui fica mais fácil, posso ficar com ela quando eu quiser”. E eis que numa das nossas primeiras briguinhas ela me diz as seguintes palavras: “Só porque eu estou aqui não quer dizer que vou ficar com você quando você quiser!!!”. É, ela tinha poderes paranormais. Esse namoro durou o 2º e 3º ano do Ensino Médio, depois acabou e além de eu ter que aprender (de novo) a ser menos presunçoso, me ensinou uma coisa que anda comigo até hoje. Na verdade escondo de todos esse segredo. Guardar o cadarço do tênis por baixo da palmilha, pra não ter que dar laço. Isso anda comigo até hoje! E bem escondido sob as palmilhas! Se tiver alguma outra lição que aprendi é que Carnaval não é coisa pra se ver na TV... Mesmo depois dos chifres.
Quase dois anos se passaram e terminamos. A partir daí fiquei muito, mas muito tempo sem namorar e quase não pegando nada. E é verdade... mas não reclamo. Terminamos em 2001. Em 2003 mudei pra Dores com meus pais. Em pouco tempo, estava namorando.
Conheci-a na faculdade.
Parêntese: acho que nunca fui à escola ou à faculdade pra estudar, só pra conhecer mulheres e arrumar namoradas! A maioria veio destes lugares...Fecha parêntese!
Pois é. Ela vendia bombons caseiros, muito bons por sinal. Era uma ótima pessoa e me serviu de exemplo para algumas coisas, que guardo pra mim. Mas o mais importante foi que, ela também morava fora de Dores. Pra ser mais exato, em Alto Rio Doce. Então, a coisa foi dando certo, dando certo, eu achando que tava com a vida feita (sem formar e sem ganhar bem). Resolvi virar o jogo da vida...ficamos noivos e embarquei numa tentativa de ser representante em Maringá (PR). Isso foi depois do Carnaval de 2005. é verdade, passei carnaval sem tomar chifre e me diverti à beça. Pois é... a coisa ia às mil maravilhas, até que desanimei de Maringá, enfiei o rabo no meio das pernas e voltei. Até aí tudo bem. Mas com a mudança da situação, a história toda do casamento ia ser outra e não chegamos num consenso. Enfim...não cabem detalhes aqui, mas terminamos depois de muito desentendimento. Eu fui um covarde, é verdade, e ainda pisei na bola e chutei ao balde, tudo ao mesmo tempo.
Lição aprendida: antes de trocar os pés pelas mãos, experimente as luvas nas mãos e as meias nos pés. Se servir, mete a cara, mas se não entrar, pula fora.
A verdade é que eu era muito novo pra assumir compromissos tão sérios, e a vida de farra que se abriu pra mim me animou e ao mesmo tempo me iludiu...
Numa destas ocasiões conheci outra mulher que mais tarde (depois de muito tumulto) se tornaria minha namorada. Como muita gente me disse, eu tentei remar em duas canoas e por pouco morri afogado. Entretanto, ainda acho que fiz a “escolha” certa. E então depois de quase dois anos também de namoro, começamos a nos desentender e dei um vacilo – lógico – nem me defendo, mas errei mesmo. É, mas de novo, outros bons carnavais e muitas festas. Foi um período que o que mais aprendi foi medir a dose exata de rum para tomar com coca-cola, e ir a muitas festas... Mas também foi onde eu descobri que para se estar com uma pessoa, goste dela ou não, é preciso ter uma perspectiva a longo prazo e, quando estávamos juntos eu simplesmente não via isso. Foi carpe diem.
Lição aprendida: as pessoas não podem sofrer as conseqüências direta ou indiretamente das nossas impressões. Ou seja: pra quê jogar merda no ventilador??? É, mas acabou.
E depois resolvi dar um tempo, pois percebi que meus namoros mais sérios andaram sempre na casa dos “quase dois anos”, “dois anos” ou “pouco mais de dois anos”. Parei, caí na gandaia, tirei todo o atraso de farra e, mais um pouco teria um coma alcoólico ou coisa do tipo. Mas aproveitei e conheci pessoas excelentes, que poderiam ter sido namoradas e que não foram por “n” razões. Mas eu fiquei feliz assim.
Houveram situações que me fizeram pensar em tantas coisas, tantas pessoas que resolvi me expor dessa forma, por que cada uma delas, a parte das brincadeiras mencionadas, me deixou uma lição, quer por ações delas ou por erros que eu tenha cometido. Traições houveram, infelizmente. Um mea-culpa, as pessoas que foram “paralelas” são ótimas pessoas. Tenho amizade com muitas até hoje. As que foram oficiais, e que ainda têm coragem de falar comigo, é ótimo saber que não fiquei como o “cara-mau”. E eu não sou. Só tinha o problema de cansar e jogar pro alto. Sem medir as conseqüências e às vezes dava certo, muitas não.
Só que isso foi minha vida. Cada uma merecia uma citação muito maior, com mais detalhes. Mas, estes, eu prefiro guardar pra mim, porque a experiência é a mãe da sabedoria e o pai do exagero. Então, carreguemos ela dentro de nós, lembrando do que foi bom, aprendendo com o que doeu e nunca, jamais, pisar em ovos com uma nova pessoa por causa de situações anteriores. Cada pessoa é uma pessoa. Não é porque uma posição deu certo com uma que vai dar com outra (falou...autor do kama sutra!)...às vezes surge uma posição melhor...
Nem me considero “o” experiente, mas vivido o suficiente para fazer o que eu faço, de forma consciente.
Abraços a todos
aureliomasr