terça-feira, 28 de julho de 2009

Repetindo a História

Hoje me deparei com uma frase de Paulo Vaz de Arruda que diz o seguinte: “Dirigir a vida olhando para o passado é como guiar um carro olhando pelo retrovisor. Uma hora a gente bate.” Além disso, é cansativo ouvir a mesma história pela segunda, terceira, quarta ou quinta vez. Realmente parece perder o sentido, contar os mesmos casos sempre, repetir as situações. Será que estamos presos ao passado? Falo isso amparado por situações que tenho convivido, expressões, situações que, só não podem ser mais cansativas, pois não pretendo excluí-las da minha vida.

Você já percebeu que em diversas reuniões de família, de amigos, de colegas de trabalho nunca nos atualizamos na hora de contar um caso, mesmo que seja pra tirar um sarro com a cara do outro? Sempre temos as mesmas histórias do ano anterior, que se transforma em dois anos atrás, três anos atrás...e a história continua lá, como se fosse novidade. Será que estas pessoas não imaginam que podem acontecer novas histórias, renovar o repertório de assuntos?

Ultimamente eu tenho preferido me abster deste tipo de situação indo conversar com outra pessoa, dar uma volta no banheiro, ou olhar as estrelas pra não deixar ninguém sem graça. Não acho que consiga rir de novo, talvez sim, talvez não. Prefiro que me conte uma coisa nova. Chega da mesma história sempre. Ou melhor, porquê não fazer novas histórias?

Ou pode apenas ser meu (mau) humor atuante.

Imagine-se numa reunião de família, na casa dos avós da sua namorada, ouvindo a mesma história pela enésima vez e você não ri. Todos vão perguntar se você está bem ou estranhar seu silêncio. O que dizer? “Já cansei dessa história” ou “Vamos variar o repertório”? É melhor o silêncio, tomar um gole de cerveja e tentar relaxar para não se tornar o antipático da família. Não tem jeito de cortar uma história no meio com um engasgo, uma crise de tosse, derrubar um copo na mesa... Talvez acelerar o assunto, ou fazer comentários risonhos e incluir outras histórias no meio da história pra acabar com o assunto rápido.

Isso tudo é definitivo, mas eu faço uma ligação com a velocidade da informação no contexto atual. Nossa história de vida pode ser comparada a grandes obras do passado, livros, discos ou quadros. Quantas obras de sucesso dos últimos dez anos você se lembra sem consultar a internet? Não vale a lista da Veja da semana passada. Quantas obras de 25, 20 anos atrás você se lembra que marcaram época. Exemplo fácil, com a morte do Michael Jackson, até o mais leigo dos leigos sabe que o clipe de Thriller foi um marco na história da música pop. E recente , após Smells Like Teen Spirit do Nirvana? Alguma coisa marcou essa geração?

É este o ponto. Estamos presos com uma âncora ao passado, que não nos deixa ver o que há de novo lá na frente. Nem nas nossas vidas, ou nas nossas descobertas. Enquanto o passado for presente o futuro permanecerá um lugar impossível de se imaginar. E não podemos deixar isso acontecer àquelas pessoas com quem vivemos os melhores momentos das nossas vidas. Vamos planejar e fazer. As lembranças estão nas fotos e no passado.


Abraços

aureliomasr

Um comentário:

Rodrigo Fonseca disse...

tá sumido meu amigo! que passa?