Mexendo em alguns papeis antigos, rascunhos de letras de música e poesias, achei este que talvez seja um determinante no meu conformismo após me mudar pra Dores. Algumas pessoas sabem o quanto eu relutei pra me mudar pra cá, e o quanto eu não queria abrir mão das "grandes cidades" por onde passei.
Lá se vão 9 anos que moro aqui, e o resultado é que pra mim vem sendo uma experiência onde amadureci em dois anos o que eu nunca amadureceria em 5 da forma como eu vivia. Um amigo meu bem me define como "menino de apartamento". Hoje não sei como seria minha vida se não tivesse voltado pra Dores, e hoje sei que entre toneladas de informações, aprendizado e amizades e alguns erros no caminho, sei que está valendo a pena - desconsiderando os inúmeros defeitos e circunstâncias que em alguns momentos me fazem desgostar de estar aqui.
Então, esse poema, inacabado, mas visceral, é um mea-culpa, onde aceito minha condição de "estar" e de mudar.
Depois de tanto tempo,
De velhas novidades.
Pessoas e cidades
Em poucos momentos
Aprendi a olhar diferente
Pra voltar ao que vivi,
E ao que não sabia existir.
Entre tanta gente indiferente,
Aprendo a viver diferente
A esquecer do ausente
E agradecer o presente.
Na mesma folha, um outro rascunho que certamente é sobre os dias que eu e o Carlos passávamos a tocar violão na rua da nossa casa, com inúmeras referências a letras que escrevemos durante os tempos de Hipnose.
Já tenho meu baixo e meu violão.
Agora só me falta uma canção.
A mesma que cantei com você,
A mesma que nos fez crescer.
Já tenho pensamento no coração
E saudade do meu irmão,
Sentado na rua, debaixo de chuva.
Incerto do amanhã, sonhando com a Lua.
Ainda ouço a mesma versão
De uma música triste no verão
Quando cantávamos que nada se perdeu,
Ou se quem se perdeu fui eu.
Eu não queria que fosse assim,
Talvez pudesse ter feito tudo melhorar.
Mas se houve algo sem fim,
Que seja bom e me faça chorar.
Um abraço a todos.
aureliomasr
Um comentário:
Agradecer o presente é sempre bom!
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