segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Dois Segundos

Uns dias atrás lembrei deste poema que escrevi em função de uma fatalidade que ocorrera aqui na minha cidade, creio que em 2006. O caso foi um acidente de moto, que se chocou de frente com um ônibus circular, de manhã cedo enquanto a vítima ia para o trabalho. Não sei realmente as circunstâncias, se foi imprudência ou não.


Fiz esse poema assim que sentei na minha mesa de trabalho, pois o rapaz trabalhava na mesma empresa, mas em outro setor, e na verdade, eu não o conhecia, não tinha ligação com ele. O que passou pela minha cabeça ao escrever foi visualizar o instante exato do choque, da percepção do risco e o fim de tudo em dois segundos.



Dois Segundos

Em dois segundos vejo tudo
Nestes dois segundos não sinto nada
Além de alívio aparente
Um choque, uma dor rápida
Passageira, tudo apaga

Com dois segundos, um olhar
Muda e não diz mais nada
Muito ou pouco, profundamente
Acima do bem e do mal
E os olhos fecham

A vida em movimento
Deseja profunda e superficial
Ser considerada essência
Não apenas obedecer
Sim, muito mais, respeitar

Apesar da morbidez do primeiro post dessa semana, estamos todos bem por aqui!
Boa semana a meus leitores invisíveis!

abraços
aureliomasr

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