quinta-feira, 8 de julho de 2010

Soy.

Talvez eu não devesse postar isso por aqui, mas lá vai. Não quero palavras confortantes, nem ouvir dizer que isso é fase. Se estou meio pra baixo agora, eu tenho esperança e certeza de que eu hei de conquistar meus objetivos. Como dizem Os Barbixas num dos quadros deles: "E eu hei, eu hei, eu hei!!! E tragam-me uma picanha!"

Hoje à tarde, pelo MSN eu conversava com uma amiga minha quando tocamos no assunto idade. Ela, em alguns dias fará 29, e eu, ao fim do mês de agosto terei 27.

Faço das palavras dela, minhas: "Quase 30 e ainda não fiz nada da minha vida. Nada do que eu queria, ou que eu imaginava".

Eu na verdade nunca fiz planos nenhum na minha vida. Quando os fiz, a maioria abortei. Hoje opto por deixar a vida correr, sem planejar, sem desejar. Apenas viver, e fazer o bem hoje, pois amanhã virá nossa recompensa, boa ou ruim. Depois de tantos posts no decorrer de 2009, clamando por uma mudança de ares, eis que, cá estou eu, num ar totalmente diferente daquele ambiente empresarial, burocrático e desrespeitoso com a natureza humana que cresci e fui educado profissionalmente. Eis que hoje, e aqui estou eu, quase 24 horas na frente do meu computador cavando e descobrindo N possibilidades, e alguns dons a mais em mim. Cada descoberta, me alimenta a alma e o coração. Isso me alimenta o ego. 

Por isso eu insisto, não há em mim uma gota sequer de tristeza pelo momento vivido. Ah...vá lá, dinheiro trás felicidade, ou nos faz comprar coisas que nos deixam felizes. Mas a minha consciência, plena e racional, está cagando e andando. Durante a conversa - breve - com minha amiga, citei o fato de que agora, meus amigos e ex-colegas de serviço estão se estabilizando na vida profissional, comprando ou trocando de carro e eu, comprei uma bicicleta pra mim. Meus amigos estão começando mestrado, doutorado e sei lá mais o quê... Eu penso em fazer outra faculdade, de Comunicação, algo mais dinâmico, algo mais Marco Aurélio. Descobri que sou o avesso da massa, o avesso do normal, e, que por opção, talvez eu tome decisões erradas, que eu caia mais que os outros. E nesse tormento, de uns dias pra cá comecei novamente a ter distúrbios de sono, dormir mal, acordar de madrugada (2, 3 da manhã) achando que já era 7 da manhã...

Em outra breve conversa hoje mesmo, com um amigo meu, ele me disse que talvez daqui a umas duas semanas, eu, ele e um outro amigo nosso (dois irmãos que tenho aqui em Dores) poderemos fazer a viagem  pra São Tomé das Letras, que vínhamos planejando há alguns meses e que sempre era adiada por causa de um dos dois. Agora, o motivo sou eu. Eu não posso me dar a esse luxo (leia-se: despesa), e a cada dia que passa, aprendo mais e mais a fazer opções entre sim e não. E entre sim e não, não há meio termo. 

No entanto, ainda ontem, enquanto fazia minha leitura antes de dormir (excelente livro: As Crônicas de Nárnia), de estalo me lembrei de que quando eu era criança, acho que aos 12 anos, num Natal, ganhei de presente uma câmera fotográfica. Alguns anos depois, comprei outra "melhorzinha". Mais alguns anos se passaram, meu pai comprou uma filmadora... e que prejuízo eu dei a ele comprando fitas! Nunca fiz nenhum curta com essa filmadora, mas era meu brinquedo preferido. Nas férias, filmava todas as festas da família, quando mais velho, nos shows de meus amigos eu estava lá filmando, e quando eu estava tocando, pedia a meu primo para filmar minhas bandas... Ou seja, eu me joguei nesse mundo sem saber. Por acaso, em 2007, o Bruno me convidou pra fazer um curta-metragem. Eu topei. Deu certo. Me ofereci pra gravar um clipe da Left Behind, em julho do ano passado. Fizemos, deu certo. Em seguida me vi numa situação onde eu estava trabalhando com arte, com música, produzindo meu trabalho, fruto das minhas ideias, fruto de conversas produtivas com as bandas, com outros idealizadores. Fruto da minha entrega. E isso ainda não me paga um décimo do que eu recebia há um ano atrás. 

Mas eu tenho dez vezes mais satisfação em me preparar para um dia de filmagem, carregar as baterias da câmera, preparar o equipamento, limpar as lentes. Fazer o reconhecimento do local, planejamento de tomadas, conversar com os músicos. É uma realização que não é fácil, mas esse é meu caminho, e nele, eu não vou me perder.

E existe uma coisa, um pensamento meu que carrego como estimulante e fator motivacional, pois  "A Vontade de seguir um sonho, muitos têm. A Coragem de lutar e conquistar este sonho é o que eu estou vivendo." 

PS: O engraçado, é que eu queria desabafar, e quase desabafar, tanto que o título deste texto é "Soy", em alusão à música do Beck chamada "Loser", cujo refrão diz: "Soy un perdedor/I'm a loser baby/So why don't you kill me?". E acabou que terminei de escrever esse texto com uma disposição muito maior do que eu imaginava que teria hoje. Mas quer saber? O texto vai ficar assim mesmo, pois um dos meus maiores leitores sou eu, e esse vai me servir de lembrete quando eu pensar em deixar a peteca cair de novo!

PS2: De qualquer forma, segue o vídeo da música. Vale a pena conhecer! Beck é muito bom!!! (E isso pode ser um trocadilho... Ou não!!!)


Abraços a meus leitores invisíveis.
aureliomasr

Um comentário:

Anônimo disse...

kara tô admirado! Entendo vc! Mas infelizmente, ou felizmente, andei a metade do caminho, sou Músico! ou sou Músico... Vc me entende. Pelo menos a metade ta andada, quando tiver corajem outra vez, quem sabe termino o caminho... gostei, me fez bem, relembrei alguns momentos, e o mais legal, imaginei outros que podem vir, se eu deixar é claro! Vc subiu no meu conceito! Quer uma idéia legal, olha essa do grupo Teatro Mágico - ...Quando alguém te disser ta errado ou errada
Que não vai S na cebola e não vai S em feliz
Que o X pode ter som de Z e o CH pode ter som de X
Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz... ♪
Boa noite e acredite!
Cleyton Marx