segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Indo Pela Contramão.

Há uma semana mais ou menos o mundo foi surpreendido com The King Of Limbs, e mais uma revolução causada pelo Radiohead nesse novo álbum. Tanto em termos de marketing, como da forma nada usual de lançamento, com um dia de antecedência, venda on-line e com entrega prevista para maio, num pacote cheio de brindes, e itens de coleção para os aficcionados pela banda. 

E a música?

Bom, no melhor estilo Radiohead, o que virá num novo álbum é imprevisível. Não é In Rainbows, não é OK Computer, mas tem vestígios de Kid A. Como o Rodrigo bem definiu, faltam músicas estilo "bandinha" (voz-guitarra-baixo-bateria), sendo então The King Of Limbs um álbum essencialmente eletrônico que remete mais à carreira solo de Thom Yorke do que Radiohead em si. Há sim canções como Give Up The Ghost que apresenta um violão suave e a voz de Thom numa de suas melhores performances. Não é um álbum fácil e nem cativante, que você vá gostar de imediato. Tem que ser escutado, digerido e compreendido. É música para poucos. E ponto.

No entanto, sempre tem um crítico engraçadinho que pergunta: "Mas esse é o futuro do rock?". A verdade é que tem tanto rock ruim por aí afora que questionar a qualidade do material do Radiohead é heresia. Mas se eles querem "rock de verdade", o rock do futuro com timbres do passado eu poderia citar o lançamento do The Strokes, mas acabei de ouvir The King Of Limbs e agora estou ouvindo "Different Gear, Still Speeding" do Beady Eye. 

Sim, Beady Eye. O Oasis sem Noel Gallagher. Com a mesma formação da última turnê - e que passou por aqui ano retrasado e eu não fui - o Beady Eye mostra um som "novo". Como? Composições novas, mas visual dos singles e álbum, material de publicidade como álbuns da década de 50. Assim como a sonoridade de algumas músicas, carregadas de eco (chegando até a embolar o áudio). No álbum, a voz de Liam está muito melhor que nas gravações do Oasis, MAS, ao vivo quero ver se vai conseguir manter o timbre. É um CD muito bom mesmo, rock balada, rock n roll, uma pegada blues aqui e ali, um quase My Generation do The Who na faixa "Beatles and Stones". Esse já é um álbum que dá pra ouvir e gostar de primeira. O que não é um bom sinal, pois aí não teremos curiosidade de revirá-lo e descobrir alguma pérola que valha a pena dizer: "Essa música é do caralho!"

É de se pensar, que enquanto Radiohead planejava outra revolução revirando seus notebooks, sintetizadores, teclados e outros, logo ali na esquina (ou no pub) mais próxima, o Beady Eye velejava em mares lisérgicos com órgãos Farfisa, baixo e guitarras Rickenbacker e tentando fazer algo que supere o Oasis, e os aproxime de lendas da década de 60.

Então, como é normal nestas postagens, vou deixar o clipe do novo single do Radiohead, Lotus Flower e "Four Letter Word" do Beady Eye. Nem dá pra comparar, por serem totalmente diferentes. E lembrando que ambas as bandas (no caso, Oasis, não Beady Eye) capitanearam a revolução de 1995 do Britpop ao lado de Blur, The Verve e outras e ver como elas podem mudar e amadurecer.


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Dois Segundos

Uns dias atrás lembrei deste poema que escrevi em função de uma fatalidade que ocorrera aqui na minha cidade, creio que em 2006. O caso foi um acidente de moto, que se chocou de frente com um ônibus circular, de manhã cedo enquanto a vítima ia para o trabalho. Não sei realmente as circunstâncias, se foi imprudência ou não.


Fiz esse poema assim que sentei na minha mesa de trabalho, pois o rapaz trabalhava na mesma empresa, mas em outro setor, e na verdade, eu não o conhecia, não tinha ligação com ele. O que passou pela minha cabeça ao escrever foi visualizar o instante exato do choque, da percepção do risco e o fim de tudo em dois segundos.



Dois Segundos

Em dois segundos vejo tudo
Nestes dois segundos não sinto nada
Além de alívio aparente
Um choque, uma dor rápida
Passageira, tudo apaga

Com dois segundos, um olhar
Muda e não diz mais nada
Muito ou pouco, profundamente
Acima do bem e do mal
E os olhos fecham

A vida em movimento
Deseja profunda e superficial
Ser considerada essência
Não apenas obedecer
Sim, muito mais, respeitar

Apesar da morbidez do primeiro post dessa semana, estamos todos bem por aqui!
Boa semana a meus leitores invisíveis!

abraços
aureliomasr

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Pra Falar de Amor, Tem Que Ser Verdade.

Existem manifestações internas, sensações que realmente não dão pra ser descritas. O engraçado é quando a gente encontra a tradução disso através das palavras de outra pessoa, de uma música e que à primeira audição nos deixa impotentes, pasmos ao perceber que "é isso que eu queria dizer... é isso o que está acontecendo". 

Hoje, que me desculpe o Rodrigo, meu velho amigo-pinga (quanto mais velha nossa amizade, melhor ela fica) vou abrir uma exceção e dizer que depois de muito tempo me sinto bem, feliz, respeitado e também, me sinto amado. 

Rodrigo nossa amizade está aí desde 1988/1989, há 23 anos mais ou menos... E há 20 anos nascia a Eliane, a mulher que hoje me faz feliz! Há diferença de idade, sim, existe e por mais esse motivo, quando não encontrei as palavras que eu queria dizer para ela há cerca de um mês atrás, elas eram cantadas pelo Tianastácia... 


Em Primeiro Lugar, Amor (Tianastácia)

Quando vejo seu sorriso
Quando vejo seu sorriso
Lindo, de um jeito que, juro
Eu não entendo, eu não entendo
Como é que pode uma menina
Me fazer tremer e só falar bobagens

Quando vejo seu sorriso
Quando vejo seu sorriso
Lindo, de um jeito que, juro
Eu não entendo, eu não entendo

Nos teus olhos eu me encontro, é como ver o mar
Em cada esquina eu te vejo
O que você provoca em mim eu nem sei falar
O que eu sinto com seu beijo

É o que eu canto
Menina
Te quero tanto...

Tudo começou por acaso, numa foto que até hoje eu não vi, e nem ela... Peças vieram se encaixando, outras se soltando e o tempo nos aproximando e ensinando a olharmos um para o outro e sentir que não era só mais uma pessoa na vida de cada um. Existia algo acontecendo. E hoje estamos aí. Desde o dia 20/06/2010 (sendo que no dia 15 eu já estava a querendo...). Tivemos sim uma pausa, cometemos nossos erros, e foram fatos que serviram como prova de que hoje nós somos um do outro, e deixando aquilo de ruim que passamos por um momento pra poder hoje seguir viagem até onde o que sentimos nos levar.

Há algum tempo, quando ainda estava a conhecendo, ela fora citada no post "Quem Está Na Sua Frente?" no trecho onde afirmo "Recentemente, desabafei com uma pessoa sobre as preocupações latentes que expus no texto Soy, publicado há um mês. E me surpreendeu o fato de que tudo que essa pessoa me disse fez todo sentido: "Você diz que está sem grana e ainda tá dando jeito de gastar mais? Sossega!", "Isso é fase, logo melhora."". Mostrando uma atitude oposta àquela que eu tinha em mente, ou ao que eu vinha executando, e que aos poucos foi me cativando, me conquistando... 

Carinha de menina e jeito de mulher, ela é a praga que eu amo! 




sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Músicas Sagradas - Versões, Releituras e Covers

Há algum tempo eu postei aqui no blog sobre as versões da música do Soda Stereo, De Musica Ligera feitas tanto pelo Paralamas quanto pelo Capital inicial, e quem não lembra ou não leu, pode ler clicando aqui. Para alguns fãs de boa música - como eu - existem algumas músicas, especialmente das bandas que sou fã até o osso, existem alguns crimes cometidos por aí, e outras que valem a pena serem ouvidas.

Vou tirar como exemplo a música mais conhecida do Pink Floyd: Another Brick In The Wall, Part 2. 

Composta em 1979 como parte do álbum The Wall e censurada em diversos países como a África do Sul por ter se transformado num hino de rebeldia (sobrepondo inclusive o objetivo e os efeitos que o punk objetivava em 1977/78), a canção ABITW2 (Another Brick In The Wall, Part 2) ganhou ao longo dos anos diversas versões, covers e releituras - inclusive uma versão infame do Falcão cantando "Atirei o pau no gato... mas o gato não morreu. Ei! Chica! Deixe o gato em paz!"

Essa a gente pula, por se tratar de uma sátira.

Há alguns anos atrás, surgiu - e bombou em várias baladas - uma versão eletrônica de ABITW2. Como eu sou muito radical, e fã do Pink Floyd, eu saio da pista nessa hora, por julgar tratar-se de um abuso e estar desvirtuando a música de seu objetivo principal e excluindo-a de seu conceito inicial: de abrir a mente dos ouvintes através da mensagem de sua letra, que acaba sendo banalizada numa balada onde todos cantam coisas sem sentido. Talvez a mensagem funcione de uma forma subliminar, mas Roger Waters deve ter quebrado vários dos seus óculos de aviador ouvindo esta versão.

No entanto, três versões pouco conhecidas, na minha opinião, têm seu mérito, cada qual dentro de uma esfera diferente. A primeira versão está na trilha sonora do filme Class of  '99, no Brasil rebatizado como "Prova Final". É um filme de terror adolescente, estilo Pânico ou Eu Sei o Que Vocês Fizeram No Verão Passado. A banda conta com Layne Stanley do Alice In Chains no vocal e Tom Morello do Rage Against The Machine na guitarra. E é uma versão mais pesada, com arranjos diferentes, mas mantendo a estrutura básica da música. É uma das minhas preferidas.


A outra versão é uma que descobri por acaso, tocando em ritmo country, e ficou MUITO DOIDA! Até mesmo pela interpretação do vocalista e os instrumentos utilizados. Está num cd tributo ao Pink Floyd com versões country e bluegrass. A banda chama-se Luther Wright and The Wrongs.


E a última versão é de 2010 de uma dupla iraniana chamada Blurred Vision e teve o aval de Roger Waters para lancá-la, pois o intuito deles era protestar contra a tirania dos aiatolás, tanto que alteraram o refrão para "Hey, Ayatolah, leave us kids alone!" A canção na interpretação deles trouxe de volta o conceito inicial de protestar, ao invés de alienar como a versão eletrônica e patética. Além da interpretação deles ser muito fora da versão comum, com uma pegada muito diferente.


Por ora, é só isso mesmo, mais como curiosidade do que como crítica. Caso conheçam alguma outra versão, mandem nos comments!

Abraços aos leitores invisíveis.
aureliomasr

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Seguir Viagem

Começando o segundo mês de 2011, eu admito que entrei o ano me sentindo inseguro em alguns aspectos, o que me fez analisar minhas projeções com calma após um mês de dezembro agitado. E não devido somente às festas de fim de ano. Foram muitos eventos cobertos... muito trabalho! (E que agora tenho que continuar editando pra entregar). Ao passo que também foi um período muito intenso emocionalmente, e que me fez experimentar uma sensação diferente, a de gostar mas não estar junto. E às vezes ficar, e continuar sem estar juntos. E então conversar, pensar e hoje, ter certeza que entre as mudanças de 2011, o retorno do namoro com a Eliane se mostrou a mais valiosa de todas as situações vividas até então. 

No aspecto profissional, achei que talvez fosse fogo de palha, mas 2011 está mostrando que as oportunidades poderão aparecer mais... E talvez seja o ano do reconhecimento do meu trabalho. Torçamos para isso, sempre com respeito e humildade. 

E então, o que fazer agora?

Entre tantas coisas, uma satisfação e felicidade latente, pessoal e quase completa, novamente, as oportunidades das quais eu insistia em dizer que deveria abrir mão em Pra Eu Não Me Perder agora me fazem pensar cada vez mais. Como pessoa, sei da minha capacidade pessoal, profissional e intelectual. O desafio de 2011 foi feito: dar aulas. E é isso mesmo, fui contratado para dar aulas num curso profissionalizante de Secretariado Executivo, e isso é excelente pra mim. A maior experiência profissional minha foi formada na Marluvas e as práticas comerciais, administrativas e contábeis vem sendo implementadas na minha empresa hoje. E agora, eu tenho a possibilidade de repassar em forma de teoria um pouco da minha prática! Fiquei bem satisfeito com a oportunidade - e com o fato de que minha sogra será uma das minhas alunas! Assim, ela vai conhecer um lado meu que pouca gente que convivo hoje conhece. O profissional serio e adulto! 

Em outra ocasião, fui contratado para escrever como jornalista numa revista mensal sobre eventos da região!

Em outra ponta, meu projeto maior para 2011 é tentar realizar meu sonho de publicar meu livro com poemas ainda guardados, bem como de alguns textos e poemas que estão neste blog. Cada um ilustrado com uma foto de uma árvore seca diferente. Em função de uma conversa que tive há mais tempo com o Rodrigo, vejo que agora ele tem razão.

A conversa ocorreu à época do meu aniversário ano passado, quando fiz 27 anos. E eu tenho medo desse número, pois todo mundo do meio o rock sabe das mortes enigmáticas de artistas com esta idade - e sim, eu me considero uma pessoa do meio das artes. De acordo com o Rodrigo, aos 27 anos é quando a pessoa faz seu melhor trabalho, deixa sua marca definitiva e dali em diante a ele só resta seguir viagem. 

Seguir viagem rumo ao crescimento, ou a fracasso. 

Se 2010 foi um ano quase sabático, de mudanças, aprendizado, descobertas e "amadurescência". O ano de 2011 será das conquistas e confirmações. 

Um abraço aos meus leitores invisíveis
aureliomasr